sexta-feira, 30 de março de 2012

QUARENTÃO

Há exatos 40 anos — meu Deus como o tempo escorre pelos dedos gigantes de nossas vidas, tal como areia fina e não conseguimos recuperá-lo— realizou-se me Interlagos, numa quinta-feira, uma prova extra-campeonato (era prática comum naquela época) e experimental. O Brasil estava numa Ditadura Militar, os tempos eram outros, e vivíamos o êxtase do Sesquicentenário da Independência, a euforia de um crescimento econômico chinês e tínhamos 3 pilotos guindados á categoria máxima, coisa impensável a coisa de dois anos antes disso. Além de um jovem Emerson Fittipaldi, prestes a dar a arrancada para sua incrível campanha do campeonato mundial a bordo da inesquecível Lotus negra, tínhamos o José Carlos Pace, Moco, que maravilhava os ingleses com seu talento e velocidade naturais e um dos mais subestimados pilotos da história do automobilismo deste país, Wilsinho Fittipaldi Junior, irmão mais velho de Emerson e pai de Christian. Ao contrário do que muitos pensam, aquela não foi a primeira prova de Wilsinho na Formula 1, ele chegou a pilotar uma velhissima Lotus 49 oficial no GP da Argentina extra-oficial do ano anterior em Buenos Aires (se minha memória me serve bem), mas com um velho Brabham BT 33, depois substituído ao longo da temporada por um BT 34, ele pulou a frente e liderou o início da prova com maestria.
Emerson tomou a ponta e dominou como quis, apenas para ser traído por uma quebra de suspensão traseira a poucas voltas do final, dando a vitória para o argentino Carlos Reutemann. Outro piloto brasileiro a participar, com um velho March, foi Luizinho Pereira Bueno.
Depois disso, o Brasil nunca mais deixou de figurar no calendário oficial do campeonato mundial de Formula 1, revezando as pistas de Interlagos e Jacarepaguá, tendo também realizado uma outra prova extra-oficial por ocasião da inauguração do autódromo de Brasilia em 1974. Emerson venceu (já valendo pelo campeonato) as provas de 1973 com Lotus e 1974 com Mclaren, Pace em 1975 com Brabham (com Emerson em segundo). Nelson Piquet venceu em duas ocasiões no Rio e Ayrton Senna duas vezes também, já de volta a Interlagos. Felipe Massa também teve o gostinho de duas vitórias no circuito paulistano. O vídeo abaixo, apesar da precária qualidade é um testemunho histórico de um momento precioso para nosso automobilismo!

QUARENTÃO

Há exatos 40 anos — meu Deus como o tempo escorre pelos dedos gigantes de nossas vidas, tal como areia fina e não conseguimos recuperá-lo— realizou-se me Interlagos, numa quinta-feira, uma prova extra-campeonato (era prática comum naquela época) e experimental. O Brasil estava numa Ditadura Militar, os tempos eram outros, e vivíamos o êxtase do Sesquicentenário da Independência, a euforia de um crescimento econômico chinês e tínhamos 3 pilotos guindados á categoria máxima, coisa impensável a coisa de dois anos antes disso. Além de um jovem Emerson Fittipaldi, prestes a dar a arrancada para sua incrível campanha do campeonato mundial a bordo da inesquecível Lotus negra, tínhamos o José Carlos Pace, Moco, que maravilhava os ingleses com seu talento e velocidade naturais e um dos mais subestimados pilotos da história do automobilismo deste país, Wilsinho Fittipaldi Junior, irmão mais velho de Emerson e pai de Christian. Ao contrário do que muitos pensam, aquela não foi a primeira prova de Wilsinho na Formula 1, ele chegou a pilotar uma velhissima Lotus 49 oficial no GP da Argentina extra-oficial do ano anterior em Buenos Aires (se minha memória me serve bem), mas com um velho Brabham BT 33, depois substituído ao longo da temporada por um BT 34, ele pulou a frente e liderou o início da prova com maestria.
Emerson tomou a ponta e dominou como quis, apenas para ser traído por uma quebra de suspensão traseira a poucas voltas do final, dando a vitória para o argentino Carlos Reutemann. Outro piloto brasileiro a participar, com um velho March, foi Luizinho Pereira Bueno.
Depois disso, o Brasil nunca mais deixou de figurar no calendário oficial do campeonato mundial de Formula 1, revezando as pistas de Interlagos e Jacarepaguá, tendo também realizado uma outra prova extra-oficial por ocasião do autódromo de Brasilia em 1974. Emerson venceu (já valendo pelo campeonato) as provas de 1973 com Lotus e 1974 com Mclaren, Pace em 1975 com Brabham (com Emerson em segundo). Nelson Piquet venceu em duas ocasiões no Rio e Ayrton Senna duas vezes também, já de volta a Interlagos. Felipe Massa também teve o gostinho de duas vitórias no circuito paulistano. O vídeo abaixo, apesar da precária qualidade é um testemunho histórico de um momento precioso para nosso automobilismo!

ESSA É PARA GUARDAR

Esta é a foto dos pilotos que participaram da abertura do Campeonato Brasileiro de Formula Super Ve de 1975 em Interlagos. Devidamente "afanada" do Facebook do Claudio Cavallini. Identifiquem os camaradas, meus amigos, vamos. Eu conheço ou reconheço quase todos!

quinta-feira, 29 de março de 2012

MUST HAVE!!!!! PRECISO DE UM DESSES!

Afanado também do blog do Flavio Gomes (o pessoal manda todos os vídeos incríveis para o baixinho) esta maravilha de maquininha, simples, eficaz....e deve ser a melhor cura para o stress já criada pelo homem!!!! Quero uma, quero uma, se bem que aqui em Bertioga não poderia utiliza-la.....

REGALLO

"Presentinho" que a Ferrari deu a um de seus pilotos (não digo o nome....rs) por sua atuação, vitória e liderança improvável no campeonato:

Ferrari FF: motor V12, tração nas 4 rodas....um mimo razoável!

quarta-feira, 28 de março de 2012

A CAPA DO ANO

Roubado descaradamente do blog do Flavio Gomes a capa do jornal O DIA que traz a notícia do falecimento, ou dos falecimentos do Chico Anísio....

FOTO

Para comemorar os tres anos do blog, pouco vou escrever. Palavras são importantes, mas imagens tem impacto maior. Vou postar algumas fotos lindas que "encontrei" na net. Pena que nem sempre elas tenham o crédito de autoria, porque quando têm, eu tenho prazer em mencionar.
Jochen Rindt e a mítica Lotus 49 (que havia estreado em 1967 nas mãos de Jim Clark, contornando uma curva em Mônaco numa prova em que a vitória lhe cairia no colo após o término de combustível da Brabham de Jack Brabham.

3 ANOS


Distraído como sou, passou batido o fato de que há poucos dias (o dia certo eu não sei bem, mas acho que foi num 12 de março) o nosso blog completou 3 anos. Estou devendo um monte de coisas para os amigos (poucos e pacientes) que me acompanham aqui. Tenho que concluir a "Corrida do Céu", tenho que reorganizar o layout do blog, etc etc. Mas prometo, procrastinador incorrigível que sou, que uma hora a coisa sai! De qualquer maneira, muito obrigado a todos que me acompanham e me dão o prestígio de sua leitura. Adoro isso aqui e não tem terapia melhor!

terça-feira, 27 de março de 2012

UM SOM PARA LÁ DE CLÁSSICO

Um filme que eu recomendo a todos acaba de passar na TV. "The boat That rocked". A história é meio bobinha, mas a trilha sonora é de primeira, principalmente para os velhos tiozões como eu aqui. Essa é uma amostra. Talvez uma das mais lindas canções!

FORMULA VEE: TIRA GOSTO.

Todos sabem que eu sou um adepto desde a primeira hora da categoria-base Formula Vee, relançada com sucesso pelos amigos Roberto Zullino e Mestre Joca no ano passado. E sempre que posso, dou uma forcinha por aqui. E quem sabe um dia destes, depois de perder alguns kilinhos e um pouco de vergonha na cara me arrisque a umas voltinhas? Hummm...a idéia é tentadora. Por enquanto, vamos curtindo. E você, sim, você mesmo que sempre teve vontade de correr, mas não teve oportunidade ou grana para tal, e que agora, promovido e com a vida quase mansa, por que não pensa nisso? Sabe aquele sofazão em que você se refastela diariamente? Ou o seu novo home teather com dois zilhões de potência? Isso não é nada, campeão, perto da sensação de chegar na curva do S do Senna em Interlagos e brecar depois do Deus-me-livre, sentindo o bichinho balançar, os pneus cantarem (claro, que o seu Deus-me-livre é relativamente perto de onde se dá a bandeirada, mas quem se importa? rs). Vamos lá...sacode a poeira, vale a pena! Já imaginou quantas horas de conversa no boteco ou na chácara do seu cunhado isso vai render?

ASSUNTOS POLÊMICOS


Este post é em parte em resposta, ou melhor, complementando o posto do meu amigo Rui no blog dele: http://ruiamaraljr.blogspot.com.br/2012/03/massa.html . Pensei em vários títulos, tais como: "Massa de manobra", "Massaroca" etc, mas é claro que é tudo piada. Em primeiro lugar eu respeito a figura do profissional Felipe Massa. Apenas aqueles que se sentaram dentro de um carro de corrida e que sentiram as limitações que existem em se andar no limite sabem o que estou falando. Eu tenho um amigo que diz não gostar de Formula 1, que é tudo marmelada, que os títulos do Schummy foram todos roubados etc. Me lembro de uma passagem da imperdível biografia do Niki Lauda "To Hell and back" (para o inferno e de volta) em que ele diz que conseguir o dinheiro para pagar para correr em sua primeira equipe de Formula 1, a March em 1972, ele até conseguiu. Usou artimanhas mil, como sugerir sem explicitar o nome de seu poderoso avô ao gerente do banco que lhe concedeu um empréstimo. Mas sentar no carro e fazer os tempos, isso era com ele. E o mesmo se deu quando ele retornou de seu terrível acidente em Nurburgring em 1976 (aliás, mal posso esperar pelo filme "Rush" que trata da sensacional temporada em que o título acabou caindo nas capazes mãos de James Hunt). Ele afirma que já era o campeão, o piloto consagrada, mas ao sentar-se dentro do cockpit naquela manhã em Monza, com a cabeça envolta em bandagens, que sangraram muito, ele tinha que vencer um inimigo interno, ele mesmo, e acreditar que conseguiria ser tão rápido quanto antes!
Me alonguei tanto para dizer que boa parte da forma dos pilotos top da Formula 1 é devido ao seu estado mental. Se ele acredita, se é positivo, se sua autoconfiança está batendo no teto ou além, o cara vai lá e arrebenta. Vide Alonso, vide Vettel. Bastou uma sacudida mais forte e pronto, lá vêm as malditas dúvidas, inseguranças, o cagaço mesmo. E não tem psicólogo que resolva isso, porque o bendito cockpit é apertado para burro e lá dentro só tem espaço para gente rápida.
Muitos brasileiros criam fantasias a respeito da Ferrari. Que é um arcabouço de maldades, habitada por duendes do mal à espreita da próxima vítima a ter sua carreira destruída, de preferência algum pobre piloto tupiniquim. Somos macunaímicos mesmo, bundões e sem caráter. Por que não acreditarmos no nefasto "estrangeiro" a nos fazer mal? Teorias da conspiração existem sim, e sentimento de inferioridade é uma caractéristica nacional, do país de um futuro que nunca chega. 
Felipe Massa é um profissional de altíssimo nível. Ultimamente suas prestações profissionais estão abaixo da média altíssima exigidas por seu cargo. Seu trabalho é de muita visibilidade pública. Corneteiros aos milhões se juntam a alguns "pseudo" especialistas a decretar as razões de seus infortúnios. Eu não sou um deles. Acredito que ele esteja um degrau abaixo de Fernando Alonso sim, ( contra quem trocou tintas em algumas ocasiões num passado recente) e que a fase seja ruim. Acredito ainda, como deixei claro acima, que o acidente da Hungria em 2009 o tenha abalado mais do que o normal. Mas volto a me lembrar do pífio desempenho de seus dois substitutos na equipe no complemento daquela temporada, Badoer e Fisichella, que não conseguiam fazer a Ferrari funcionar.
No futebol os jogadores geralmente vêm de famílias pobres e o estrondoso e repentino sucesso acaba com carreiras promissoras todas as semanas. No automobilismo moderno, os pilotos começam a ser lapidados no berço, com preparadores, simuladores e outras dores ....inclusive os detratores. Vamos aguardar mais um pouco, a noite é uma criança e a temporada mal começou. Que Massa nos faça sentir vergonha de termos decretado o fim de sua história. Ou que se mude e seja feliz em outra equipe.

YOU ARE ALWAYS ON MY MIND (AND IN MY EYES)

Jackie "campeão da vida" Stewart e sua belíssima esposa Helen, provavelmente na década de 70. Continuam casados.

segunda-feira, 26 de março de 2012

PÓS CARRERAS = REFLEXÕES DE SEGUNDA FEIRA

Felipe Nasr: rapidamente se aproximando do topo!

Quanto à corrida de Formula 1 já falei num post anterior. Claro que depois, reflexivamente, sempre podemos modificar uma opinião aqui, enfatizar um outro aspecto acolá. As reações de alguns amigos mexicanos em resposta à excelente prova do Checo Perez me lembram muito as "pachecadas" de nossos mais fanáticos torcedores.
Depois fui assistir a corridinha da Stock. Confesso que me aborreci um cadin....e nem terminei de vê-la, vitimado pelo cansaço traiçoeiro da vigília da madrugada,e para delírio da nação Platinada, o filhote do gagá mais garganta do oeste ganhou de novo. Nada contra o Cacá, já disse isso várias vezes, o cara pilota muito. Mas sabe aquela vaga sensação de marmelada que fica no ar? Estamos na Patropi Tupiniquim, onde tudo é possível, principalmente o impossível....
Um tanto mais tarde, veio a prova de Saint Petersburg, Flórida, onde a grande atração e motivo de muita expectativa era a estréia do Rubinho. Não foi a la Mansell, mas não chegou a ser um desastre. Mas sim, ficou um gostinho de que ficou devendo. Já o Helio Castro Neves (separado — não compactuo dessa viadice de mudar nomes) fez uma bela corrida com os carros que ainda achamos esquisistos (por causa da traseira abaulada) e venceu pela terceira vez na pista. 
Espero que o Rubinho se encontre logo (tenho certeza, ao contrário de muitos, que ele vence provas neste primeiro ano) porque a Indy tem um espetáculo interessante. O difícil é bater o encanto da Formula 1, com corridas cada vez mais imprevísíveis e pilotos de ótimo nível na pista. Dá gosto esta Formula 1 óh! E não, não sinto falta de brasileiros disputando as vitórias. Já falei isto dezenas de vezes, a paixão nos deixa cegos. Mas sinto, para gáudio de muitos, que o menino Felipe Nasr em breve estará num carro de Grand Prix..... e espero sinceramente que a Rede Globo não o estraguem.

domingo, 25 de março de 2012

IMPREVISÍVEL MADRUGADA MALAIA


A corrida acabou há pouco tempo, portanto as impressões ainda estão fortes e nítidas. Após ter feito a primeira fila sozinha na classificação, a equipe Mclaren foi a maior prejudicada na prova de hoje, pois conseguiu "salvar" apenas uma terceira colocação com um abatido Lewis Hamilton, que parecia totalmente contrariado no podium. Seu companheiro Jenson Button tinha tudo para se consagrar na prova de hoje, bem ao seu feitio, com chuvas e períodos de pista úmida, mas cometeu um erro bobo ao chocar-se com uma HRT (e o imbecil do Galvão latindo que a equipe não deveria participar da Formula 1 — no entanto foi ali que o Bruno Senna deu suas primeiras aceleradas na categoria). Outra equipe a perder muito na Malasia foi a Red Bull que não começa bem o ano. Um apagado Mark Webber conseguiu um discreto quarto lugar, enquanto o bicampeão Sebastian Vettel cometeu um erro bobo ao chocar-se contra — adivinhem!: uma lenta HRT e ficou fora dos pontos em décimo primeiro. Isso dá algum alento a um campeonato que está apenas começando, mas a grande estrela da prova, foi sem dúvida o velho bicampeão e raposon, Dom Fernando Alonso. Com um carro nitidamente inferior a Ferrari vive um inferno astral digno dos anos setenta, mas o talento de Alonso, as condições precárias de pista e muitas rezas carcamanas fizeram com que as coisas funcionassem e a vitória de hoje foi talvez a mais improvável que eu tenha assistido da equipe italiana. Felipe Massa.....sei lá o que escrever de um piloto que eu tanto defendo. Se eu fosse seu advogado de defesa, hoje, eu me demitiria, simples assim!
Mas além de Alonso, o grande destaque da prova foi o rápido mexicano Sergio Perez, que devolveu a alegria aos nossos simpáticos amigos mexicanos, fez o sisudo Peter Sauber derrubar umas lágrimas suiças e colocou o seu companheiro mítico numa perspectiva não muito boa. Um brilhante segundo lugar, apesar da saída de pista meio "mandrake" (Fernando is faster than you— all over again) e eis que temos um novo ocupante do pódio. Perez tem tido boas apresentações, tem o apoio financeiro do homem mais rico do mundo e seu caminho talvez seja a Ferrari na vaga disponível por lá.
De Hamilton e Webber eu já falei. Kimi Raikkonen outra vez fez corrida para lá de segura, levantando o astral de sua equipe e obtendo o quinto lugar, pontuando pela segunda vez consecutiva. Seu insosso companheiro de equipe, a besta Grosjean, ainda não conseguiu passar das primeiras curvas. Sexto lugar foi um merecido prêmio para um esforçado Bruno Senna que fez ótima corrida— mas não é o gênio apregoado pelo pai de Cacá Bueno. Bom piloto, boa prova, mas vamos aguardar mais. De qualquer maneira a equipe Williams já fez mais pontos nesta prova do que no ano passado todinho. Pastor Maldonado, coitado, burrinho como só ele, deve ter estourado o marcador de pressão de óleo e mandou um Renault semi-novo para as cucuias ("pero que me gusta rojo y quando lo miré, estaba rojo, entonces my papa Chaves estaba contento").
Em sétimo e nono os corretos Di Resta e Hulk, trazendo sólidos pontos para a titubeante Force India e em oitavo lugar um piloto que vem me impressionando muito bem: Jean Eric Vergne, o jovem francês que com pouca experiência anterior já anda melhor que o seu badalado "team mate", Canguru II Ricciardo. Nome para ser observado com atenção e carinho.
Em décimo, certamente frustrado, pois largou num ótimo terceiro lugar, o velho Schummy. Pelo menos salvou um pontinho para a decepcionante equipe Mercedes. Seu companheiro Rosberg, que na visão de Galvão chama-se Keke (ou talvez a Barbie tenha ficado em casa de castigo e o velho pai o substitiu), anda meio apagado este ano.
Dos demais, destaque negativo para Felipe Massa e Kobayashi que não foram vistos após a corrida......

IMPREVISÍVEL MADRUGADA MALAIA


A corrida acabou há pouco tempo, portanto as impressões ainda estão fortes e nítidas. Após ter feito a primeira fila sozinha na classificação, a equipe Mclaren foi a maior prejudicada na prova de hoje, pois conseguiu "salvar" apenas uma terceira colocação com um abatido Lewis Hamilton, que parecia totalmente contrariado no podium. Seu companheiro Jenson Button tinha tudo para se consagrar na prova de hoje, bem ao seu feitio, com chuvas e períodos de pista úmida, mas cometeu um erro bobo ao chocar-se com uma HRT (e o imbecil do Galvão latindo que a equipe não deveria participar da Formula 1 — no entanto foi ali que o Bruno Senna deu suas primeiras aceleradas na categoria). Outra equipe a perder muito na Malasia foi a Red Bull que não começa bem o ano. Um apagado Mark Webber conseguiu um discreto quarto lugar, enquanto o bicampeão Sebastian Vettel cometeu um erro bobo ao chocar-se contra — adivinhem!: uma lenta HRT e ficou fora dos pontos em décimo primeiro. Isso dá algum alento a um campeonato que está apenas começando, mas a grande estrela da prova, foi sem dúvida o velho bicampeão e raposon, Dom Fernando Alonso. Com um carro nitidamente inferior a Ferrari vive um inferno astral digno dos anos setenta, mas o talento de Alonso, as condições precárias de pista e muitas rezas carcamanas fizeram com que as coisas funcionassem e a vitória de hoje foi talvez a mais improvável que eu tenha assistido da equipe italiana. Felipe Massa.....sei lá o que escrever de um piloto que eu tanto defendo. Se eu fosse seu advogado de defesa, hoje, eu me demitiria, simples assim!
Mas além de Alonso, o grande destaque da prova foi o rápido mexicano Sergio Perez, que devolveu a alegria aos nossos simpáticos amigos mexicanos, fez o sisudo Peter Sauber derrubar umas lágrimas suiças e colocou o seu companheiro mítico numa perspectiva não muito boa. Um brilhante segundo lugar, apesar da saída de pista meio "mandrake" (Fernando is faster than you— all over again) e eis que temos um novo ocupante do pódio. Perez tem tido boas apresentações, tem o apoio financeiro do homem mais rico do mundo e seu caminho talvez seja a Ferrari na vaga disponível por lá.
De Hamilton e Webber eu já falei. Kimi Raikkonen outra vez fez corrida para lá de segura, levantando o astral de sua equipe e obtendo o quinto lugar pela segunda vez consecutiva. Seu insosso companheiro de equipe, a besta Grosjean, ainda não conseguiu passar das primeiras curvas. Sexto lugar foi um merecido prêmio para um esforçado Bruno Senna que fez ótima corrida— mas não é o gênio apregoado pelo pai de Cacá Bueno. Bom piloto, boa prova, mas vamos aguardar mais. De qualquer maneira a equipe Williams já fez mais pontos nesta prova do que no ano passado todinho. Pastor Maldonado, coitado, burrinho como só ele, deve ter estourado o marcador de pressão de óleo e mandou um Renault semi-novo para as cucuias ("pero que me gusta rojo y quando lo miré, estaba rojo, entonces my papa Chaves estaba contento").
Em sétimo e nono os corretos Di Resta e Hulk, trazendo sólidos pontos para a titubeante Force India e em oitavo lugar um piloto que vem me impressionando muito bem: Jean Eric Vergne, o jovem francês que com pouca experiência anterior já anda melhor que o seu badalado "team mate", Canguru II Ricciardo. Nome para ser observado com atenção e carinho.
Em décimo, certamente frustrado, pois largou num ótimo terceiro lugar, o velho Schummy. Pelo menos salvou um pontinho para a decepcionante equipe Mercedes. Seu companheiro Rosberg, que na visão de Galvão chama-se Keke (ou talvez a Barbie tenha ficado em casa de castigo e o velho pai o substitiu), anda meio apagado este ano.
Dos demais, destaque negativo para Felipe Massa e Kobayashi que não foram vistos após a corrida......

sábado, 24 de março de 2012

DISTANTE MALASIA


Confesso a vocês que dormi durante o treino que definiu o grid para a corrida da madrugada. Até  tentei assistir a transmissão da GP2 (que foi vencida pelo nosso patrício Luiz Razia, que não poderia começar melhor o campeonato), mas minha Sport TV resolveu fazer um protesto qualquer e ficou com a tela negra. Cansado, sucumbi aos encantos de morfeu e aos cansaços de 32 aulas por semana (9 só ontem), além dos outros afazeres de um senhor de responsabilidade. De qualquer forma, parece que a Mclaren que inteligentemente não entrou na onda do bico "ornitorrinco" se deu bem e tem o carro mais veloz do começo da temporada, além de uma dupla de pilotos afinadíssima. Lewis Hamilton repetiu a pole da Austrália e vai fazer o possível para não reeditar sua medíocre largada da semana passada, pois tem a seu lado o Botão mais maduro do mundo, sedento por mais triunfos. Em terceiro no grid o maior colecionador de recordes de todos os tempos, o incrível Mr Schummy queixão, que parece realmente ter decidido somar mais algumas vitórias ao seu "pobre" cartel de 91 corridas na categoria máxima. Webber superou Vettel mais uma vez nos treinos e já posso ver a turma de "experts" decretando o fim da carreira do bicampeão, seu declínio incontestável e por aí afora.
Como não vi os treinos fica dificil comentar, mas gosto da forma com que Kimi Raikkonen (de quem sou assumidamente fã) está se comportando. Veio e mostrou que um campeão é um campeão. Alonso que nunca nos deixa esquecer disto vai largar em oitavo com o caminhão da Ferrari e nosso Felipe Massa, apesar de chassis novo e tal, continua a padecer no paraíso (sim, eu queria ser piloto da Ferrari, mesmo que ficasse em décimo segundo lugar no grid). Bruno Senna, nosso outro representante tupiniquim ainda ás voltas com as classificações, larga em 13º, e se passar da primeira curva incólume, pode obter um bom resultado, pois o carro da Williams deste ano é certamente melhor que a carroça do ano passado.
Previsões? Nunca fui craque nelas, mas pelo andar da carruagem, Mclaren novamente, sem descartar Seb Chuck Vettel, que deve estar meio "mordido". Schummy pode aprontar uma surpresinha ou duas, assim como Kimi.

terça-feira, 20 de março de 2012

MUCH ADO ABOUT NOTHING

Os três mosqueteiros.
Ou melhor: muito papo sobre nada! Primeiro a famosa (apesar de ter saído hoje) capa da revista Autosprint italiana, "fritando" Felipe Massa. O que tem de gente dando "pitacadas" no assunto é incrível. De um lado, jornalistas e experts, pessoas que entendem do assunto. De outro, leitores de blogs, pessoas que por terem assistido a meia dúzia de Grandes Prêmios se acham entendidos no "metier". Não quero parecer prepotente, muito pelo contrário, mas acho que a Ferrari e a Fiat não rasgam dinheiro, e não entregariam um de seus dois carros de Formula 1, investimento caríssimo, em mãos despreparadas. Especulações mil a respeito de que "fulano" ou "sicrano" poderiam fazer ou não, são apenas isso, especulações. Os brasileiros em particular, perdem o respeito pelos seus ídolos de forma muito rápida (haja vista o caso do Emerson que quando foi para a Copersucar foi exacrado pela mídia e boa parte da população — para nas décadas seguintes sagrar-se campeão da Formula Indy e ganhar por duas ocasiões as míticas 500 millhas de Indianapolis), e essa nossa informalidade me incomoda, pois vulgariza. Temos talvez os piores políticos do mundo, que são denunciados, cobrados pela imprensa, mas acabam sempre sendo reeleitos. No caso dos ídolos esportivos a cobrança é muito mais severa, cruel mesmo, eu diria. Por décadas o Rubinho foi tratado como um farsante, um bobo da corte, um rufião. Mesmo assim ele ficou no topo por 19 anos e agora mesmo, conseguiu um lugar (pagando — equívoco de quem escreveu que Rubinho virou piloto pagante— ele tem uma ou mais empresas que acham um bom investimento patrociná-lo por causa do retorno de mídia e da possibilidade de obtenção de bons resultados.
Voltemos ao bom Felipe: é claro que o Alonso é mais piloto. É óbvio que o espanhol vem obtendo melhores resultados. Resta saber as razões da Ferrari em mantê-lo e também não devemos nos esquecer que pré-acidente (sim, eu sou daqueles que acho que a mola na cabeça afetou sua qualidade de piloto) ele era um dileto postulante ao título, tendo sido vice-campeão do mundo e vencedor de várias poles e vitórias. Isso, amigos, não é para qualquer um. Basta ver a lista enorme de pilotos que competiram por anos a fio sem ter logrado sequer umazinha. Encabeça-a o aloprado Andrea de Cesaris, que acho, competiu mais de duzentas vezes sem vitória.
Acho sinceramente que a Autosprint quer aumentar suas vendas em banca. Italianos são histéricos, e eu posso falar porque sou parte carcamano. De resto, uma corrida é pouco. Não que a Ferrari não tenha se livrado de pilotos promissores sem cerimônia (me vem a cabeça o Ivan Capelli, o Rene Arnoux e outros).
Acho também que o Felipe tem que se achar e rápido. Talento ele tem.
Quanto ao acidente com o Bruno Senna, lamento dizer, mas em todos estes anos, acho que foi um dos pontos mais baixos de participação dos brasileiros na Formula 1. Mesmo assim, se os pilotos envolvidos o consideram um acidente de corrida, quem sou eu para meter a colher? O fato é que Bruno Senna que tem contrato de apenas um ano com a Williams tem a sua posição muito menos segura que a do Felipe Massa, que como já disse anteriormente, já ganhou corridas e disputou título.
Domingo que vem tem mais! Que venha Sepang.

domingo, 18 de março de 2012

GP DA AUSTRALIA 2012: A CORRIDA QUE EU VI


Noite mal dormida, sono picadinho, expectativa grande. Talvez pela primeira vez desde 1972 eu perdi de assistir a um Grande Prêmio ao vivo. Sim, amigos, cochilei, depois dormi! Por sorte tenho a SportTV e logo cedo, antes mesmo de atingir a internet (que tentação!), eu consegui ver a corrida na íntegra, se bem que com algumas horas de atraso. Não importa, vi tudo e com atenção. Depois, resolvi não escrever na hora, preferi digerir um pouco o volume de sensações e conclusões represadas em minha mente durante os meses de entresafra.
De qualquer maneira, as Mclaren fizeram sua parte direitinho e parecem ter o bólido mais ajustado para a primeira parte da temporada. Algumas conclusões precipitadas que podem ter sido tomadas após as sessões classificatórias (sim, eu perco tempo em ler as opiniões de leitores de alguns blogs automobilísticos), como por exemplo, de que o Vettel só ganha corridas se tiver o melhor carro, caíram por terra rapidinho. É incrível o volume de torcedores que confundem paixão com conhecimento neste meio tão fascinante e ao mesmo técnico que é a Formula 1.
De qualquer maneira, na prova que eu assisti pude constatar algumas coisas: o nível técnico de pilotagem está bem elevado, a despeito da falta de testes. O nível técnico de engenharia está nas nuvens (vide as dificuldades que as equipes ditas "novas" — Marussia, Caterham e HRT — têm tido em alcançar a "rabeira" do pelotão intermediário), e o fato de termos seis campeões mundiais na ativa faz desta temporada uma ocasião muito especial nestes 63 anos de Formula 1!
Button— Há muito sou fã deste inglês simpático e despretensioso, que à exemplo dos bons vinhos, só melhora com o tempo. Quem diria que aquele garotão com espinhas na cara e cara de bebê chorão que estreou num longíquo ano 2000 ainda estaria na Formula 1, 13 temporadas depois, como protagonista, após ser quase defenestrado pelo caminho? Falando em Fênix, a ave que ressurge das cinzas, Button, o botão mais que veloz, me vem à mente de imeditato. Corridaço, ganho na largada e na parte do cérebro que está etiquetada "autoconfiança". Com um companheiro talentosíssimo, mas volátil psicologicamente como Hamilton, esta é a formula certa para se impor dentro da equipe, e por conseguinte, de forma geral. Nota 10.
Vettel— O bi-campeão sempre mostrou brilho, desde as corridas de berço nos corredores da maternidade. Para aqueles que teimam em ser detratores (deve haver algum nome para a patologia "odiar vencedores") "Chuck"  tem sempre a resposta. Seu currículo pesa demais, menos somente que o seu pé direito e as decisões certeiras de seu cérebro vencedor. \Insisto sempre na superioridade psicológica, pois pilotos têm companheiros de equipes, e estes precisam ser vencidos pela cabeça, sempre. Nota 9.
Hamilton— pilotaço com poucas falhas. Uma de suas fraquezas é o cordão-de-puxa-sacos que outrora também vitimou um promissor Barrichello. Seus problemas parecem ser mais de ordem extra-pista, dentro dela ele vai muito bem obrigado. Hoje foi superado por um inspirado e motivado Button e por uma parada de boxes inadvertida. Continua um dos favoritos ao título, ainda mais agora que a Mclaren achou o caminho das pedras. Nota 8,5.
Webber— Continuo a não gostar do canguru. Sei que é um cara decente, um piloto idem, mas falta-lhe algo. Fez uma corrida correta e a lá Reutemann, em seu dia, com o tempo e o vento favoráveis, a bordo do melhor  carro, com seu companheiro de equipe fora ou acometido por uma crise de desinteria, pode dominar a corrida. Do contrário, é um piloto mediando e só. Hoje em casa, ficou devendo. 7,5.
Alonso— Bela corrida, como sempre. Justifica cada euro que recebe da Ferrari. Chorão, egocêntrico, antipático, mas que piloto! Para ser um dos grandes tem que fazer o mesmo que Shumacher fez na década de 90:  montar sua equipe técnica e ganhar alguns títulos  a mais, pela Rossa. Em ritmo de corridas, um gigante. Nota 9,0.
Kobayashi—Resultado melhor que a corrida em si. Baita piloto, mas a aura de "mito" é um tanto exagerada. Novamente a Sauber parece ter encontrado uma boa formula de desempenho para o inicio do ano, que tende a decair com a falta de grana para desenvolvimento ao longo da temporada. Competidor nato, aproveitou-se dos infortúnios das bestas Maldonado e Rosberg para alcançar um festejado sexto lugar ao final. Mas andou atrás de "Checo" Perez, seu companheiro de equipe, que em virtude de um mellé na última volta perdeu posições. Este está cada dia mais próximo do assento de Felipe Massa na Ferrari. Nota 7,5.
Kimi— Sempre fui fã declarado do lacônico finlandês, bebum, calado, taciturno, talentoso, precoce e "to cagando-e-andando-para-o-que-falam-de-mim". Em seu retorno enfrentou problemas nos treinos, na corrida em termos de ritmo, e nem se abalou com a ótima posição no grid de seu companheiro, o insosso Grosjean. Nota 8,0.
Perez— Pilotou e pilota muito. Com mais maturidade e um carro melhor é sério candidato a vitórias e a títulos. Alternativa para os brasileiros torcerem para os próximos anos, porque se o Felipe Nasr não emplacar....nota 8,0.
Os outros: Vergné, que se pronuncia VergnÊ, seu Lito, afinal ele é francês, parece uma ótima pedida. Vamos esperar mais um pouco. Ricciardo também marcou seus primeiros pontos em casa, e sabemos que há potencial ali. Grosjean foi excepcional nos treinos e azarado na corrida. Parece ter voltado com vontade e um carro decente. Di Resta oportuno, conseguiu um pontinho para a fragilizada Force India, e tem um companheiro talentosíssimo, Hulk, que hoje pouco fez. Maldonado vinha em prova excelente e no final, colocou tudo a perder, bem ao seu feitio. Cabeça não foi feita apenas para portar os cada vez mais belos e sofisticados capacetes, senhor Pastor! Glock, Pic, Kovallainen e Petrov foram meros figurantes. Pena que o mesmo não pode ser dito de Massa e Senna, pois foram trapalhões de luxo, com atuações desastrosas e talvez a pior exibição coletiva de pilotos do Brasil num único Grande Prêmio! Puta façanha! Ah sim, e teve o Schumacher que pareceu estar em forma, mas foi traído pelo seu câmbio.

A classe de 2012: quantos vão terminar o ano matriculados?




35 ANOS SEM MOCO



Hoje eu acordei meio assim, sei lá. Rebobinei o tempo em minha cabeça e parei quando cheguei a esta exata data em 1977. Eu era adolescente, cheio de espinhas no rosto e sonhos na cabeça. Um coração que parecia prestes a explodir de ansiedade em devorar o futuro. Mas, adolescentes são assim. Na verdade, eu era meio diferente da maioria dos meus pares. Aos dezessete anos queremos namorar, pensamos em que faculdade iremos fazer e em nosso caso, interior, cidade pequena, sem recursos ou boas escolas, para onde iremos no ano seguinte. As conversas giravam em torno de temas comuns aos jovens. As meninas já namoravam "sério" e alguns de nós também. Não era meu caso, tinha planos muito diferentes, que envolviam tentar ser piloto, de preferência na Europa. Apenas meus amigos mais chegados sabiam deles, pois se outros soubessem, eu seria ridicularizado.
Meus ídolos eram os pilotos de Formula 1, ao contrário da maioria dos meus amigos que seguiam avidamente o futebol. Eu gostava do Emerson, claro, do Wilsinho e do Carlos Pace. Wilsinho já havia parado de correr e era o chefe de equipe da Copersucar. Emerson havia aderido ao sonho familiar e patriótico e passava por momentos difíceis em sua carreira. Nossas esperanças, como brasileiros estavam depositadas nos (bons) ombros do Moco. Parecia que desta vez ele finalmente desencantaria aquele talento enorme que o fazia um campeão mundial em potencial. A Brabham tinha começado bem o ano, com um segundo lugar no enorme calor da Argentina, e apesar do motor Alfa Romeo ser beberrão e pesado, proporcionava boa potência ao fantástico chassis projetado pelo gênio Gordon Murray.
Mas não era para ser. Moco, amigo dos amigos, coração puro, pé direito pesadíssimo, tão discreto que, apesar de ser um ídolo em nível mundial, pouquíssimo aparecia na mídia não-esportiva. Nada de revistas de fofocas, aparências despropositadas. Era um cara família, casado com uma mulher belíssima e igualmente discreta, Elda. Tinha dois adoráveis filhos pequenos, Patrícia de quase seis anos e o caçula Rodrigo.
Amigo de seus amigos e com um grande amigo ele se foi. Marivaldo Fernandes também deve ter sido um sujeito e tanto. Ambos estavam num pequeno avião monomotor que ia em direção a uma fazenda de Marivaldo em Araraquara. Mas o mal tempo fez com que a viagem terminasse em desastre.
Eu recebi a notícia em casa. A princípio, não entendi bem. Falou-se em acidente aéreo e eu achava que Moco estava na Europa. Naquele fim de semana, se bem me lembro, foi realizada a tradicional prova extra-campeonato "Race of Champions" em Brands Hatch. Por algum motivo, Moco não participou da prova. Pena. Um vazio se abriu nos corações daqueles que como eu amavam as corridas de carros.
Hoje faz trinta e cinco anos daquele dia fatídico. Já não sou mais uma adolescente cheio de sonhos, mas sim um homem maduro. Alguns sonhos foram realizados, outros não. O balanço de minha vida é legal, mas ainda penso nos amigos que ficaram pelo caminho. Pace nem sabia que eu existia, mas pelo simples fato dele ser um de meus ídolos, eu o considerava um amigo. Sei que de algum lugar, ele está orgulhoso da linda família que construiu, da carreira que fez e principalmente da imagem de amigo dos amigos. Valeu e muito, Moco!
Um homem feliz!

quinta-feira, 15 de março de 2012

OS DOIS QUE FALTARAM ONTEM


Prometi postar de seis em seis pilotos que integram o grid desta temporada da Formula 1, mas ontem consegui colocar apenas quatro. Comecei do lado de baixo do pelotão.
Heikki Kovalainen: persistente, talentoso, mas meio do pelotão na melhor das hipóteses....

Kovalainen é um daqueles pilotos medianos, dos quais o mundo está cheio: não é um craque e nem um pé-de-breque alicatão tampouco. Fez carreira vencedora nas formulas de acesso, tendo sido campeão da Gp2, estreou pela Renault, no início foi meio embaraçoso, depois se aprumou, mas claro, tomou pau do Alonso. Na Mclaren chegou a vencer, mas não a convencer. Há três temporadas arrasta-se melancolicamente no final do grid a bordo da Lotus, agora Catherham. Manter a motivação intacta talvez seja o seu maior desafio. Acredito que tenha potencial para pontuar pela primeira vez pela equipe.



Vitaly Petrov talvez seja melhor piloto que seus insconstantes resultados sugiram. Pedra no sapato de Fernando Alonso, quando não se deixou ultrapassar na última e derradeira etapa do campeonato de 2010, este russo é mais que um rostinho (feio). Pelo fato de ter bons patrocinadores, as pessoas tendem a julga-lo como mais um piloto pagante, mas eu diria que ele é mesmo uma aposta melhor para a equipe que o lento, velho e desmotivado Jarno Trulli, a quem substitui.

quarta-feira, 14 de março de 2012

E ENTÃO, ÉRAMOS SEIS!

Pretendo começar a analisar os concorrentes ao mundial de Formula 1 deste ano que começa domingo próximo na Austrália, e como são 24 pilotos no total, e como temos 6 pilotos que já foram campeões mundiais, e como 24 é múltiplo de seis, pretendo analisá-los todos até sábado. Começando pela ponta mais lenta e bamba do grid, aqueles que têm suas posições precariamente seguras por um caminhão de dólares ou euros ou rúpias....
Timo Glock: nome de arma, desempenho mediano.

O alemão Timo Glock é certamente o piloto de quem eu menos gosto neste grid atual. Antipatia besta, gratuita, talvez a ver com sua atitude de bundão ao permitir a ultrapassagem de Lewis Hamilton no GP Brasil de 2008, sei lá. Aquele que não cheira e não .....entendem? Carreira irregular, em sua segunda passagem pela Formula 1, parecia promissor na Toyota, mas com a retirada dos nipônicos lhe restou o papel de figurante ao volante das bombas marussianas. Este ano não deve ser muito diferente, pois os caras pouco testaram, tiveram um problema com o chassis no crash test etc..... O mesmo de sempre.
Pedro de la Rosa: o simpático veterano vai fazer figuração, mais uma vez.

Aos quarenta e um anos, completados em 24 de fevereiro, o competente e eterno "Test Driver" da Mclaren já mostrou em diversas ocasiões ser um piloto correto, sem nada de espetacular. Isso a bordo de carros acima da média, como o Mclaren e o Williams de alguns anos atrás. A bordo da risível HRT, fica difícil visualizar algo mais concreto para o velho compadre.
Narain: o representante da India não parece oferecer qualquer perigo real aos outros concorrentes.
Provavelmente o mais bem sucedido piloto de Grandes Prêmios das terras indianas, o que não quer dizer absolutamente nada, uma vez que seu único adversário para este título é o Karun Chandok, Narain está de volta à Formula 1 outra vez pelas portas do fundo. A equipe espanhola HRT mal consegue alinhar um carro, quem dirá dois, ainda mais nesta fase de poucos testes e muito investimento em engenharia e sistemas de computação. Deverá ser o mais lento do ano, e talvez nem o complete.
Charles Pic: conheço pouquíssimo da vida e da carreira do francês...

Não tenho muito a falar sobre o piloto francês Charles Pic, aliás pouco de muita qualidade vem daquele lado dos alpes desde que um certo senhor narigudo ganhou 4 títulos mundiais.Ele nasceu em  Montelimar, começou sua carreira nos karts em 2002 e nos autos em 2006. Depois de algumas temporadas com módico sucesso nas Formulas menores, Pic disputou a GP2, com algumas vitórias e foi apontado como "young driver" da Marussia. John Booth aparentemente gostou do novato francês e o efetivou para este ano, no lugar do belga Jerome D'Ambrosio.






sábado, 10 de março de 2012

PICTORIAL SATURDAY: TUTTI CAMPIONI

Alan Jones e a Williams campeã.
Emerson e a Mclaren.
Niki Lauda e a BRM em 73, e atrás o Tyrrell de Stewart: campeões ambos.
Keke Rosberg, já campeão, magistral com o William em Mônaco em 83.
O grande Rindt com a Lotus 72.
Jackie Stewart e o Tyrrell 001 em 1971.
Largada do GP da Europa em 85: Mansell e Senna.(eu estava lá)







terça-feira, 6 de março de 2012

A FORMULA CERTA

Parece que os meus amigos que organizam a Formula Vee acertaram na veia (eu falei na veia, não na véia!). Regulamento simples, carros idem, corridas disputadas (e serão cada vez mais), pessoal unido e despretensioso. Que continue assim. Que as pragas da profissionalização precoce não cheguem aqui, e nem aqueles moleques cheios de stickers e atitudes de futuros-campeões-de-nariz-empinados (vulgo babacas) e a praga dos assessores de imprensa. Que continue com os Sérgios, Zullinos,Rodrigos,Fernandos, Kikos, Sandros e tantos outros. Corrida boa chama público. Público chama investimentos. Acordai, empresários!
Abaixo um vídeo "on board" da segunda etapa do campeonato paulista realizado no último dia 03:

domingo, 4 de março de 2012

THE VERY BEST: JIM CLARK

A verdadeira Lotus vencedora em Indianapolis em 1965.
Todos sabem que quando a pessoa morre já não mais comemora aniversários. Morreu, morreu. Mas podemos lembrar das pessoas que se foram na data em que comemorariam, caso estivessem vivas. Hoje o grande, inesquecível Jim Clark estaria completando 76 anos. Foi-se muito jovem, prematuramente, deixando no ar a dúvida de que tipos de recordes ainda iria bater. E além de tudo, era humilde. Corria (e vencia) de Formula 1, Formula 2, Formula Indy, carros turismo. Era o cara.
Clark a bordo da mítica Lotus Ford 49
A curiosidade: mandou escrever em seu túmulo que era fazendeiro, mesmo antes de ser piloto!
O sorriso contido e confiante!



VIDEO DA SEGUNDA ETAPA DA FORMULA VEE EM INTERLAGOS

O Kiko Stone postou o vídeo da segunda etapa da Formula Vee corrida ontem, dia 3 em Interlagos. Dá para notar um saudável aumento no grid e acho que é hoje a melhor categoria de acesso no automobismo brasileiro e mundial. Para aqueles que saem do Kart, ou não tiveram esta experiência, ou aqueles que querem apenas saber a sensação de competir de verdade, o custo é bastante razoável, certamente mais barato que algumas categorias do próprio kart. Para ver e curtir. Dentro em breve teremos provas de repescagem, pois do jeito que a coisa vai, mais pilotos vão querer participar. Parabéns ao pessoal da organização que sempre acreditou no sucesso. Este humilde blogueiro aqui está torcendo!

sexta-feira, 2 de março de 2012

DA EFEMERIDADE DA VIDA

E meio à cabeça o fato de que hoje a morte dos Mamonas Assassinas (para os mais jovens, google, pessoal) morreram vitimados por um acidente aéreo perto de São Paulo. Eles estavam literalmente no topo da fama e agradavam sobretudo as crianças (eu tinha apenas dois filhos naquela altura e eles adoravam as músicas marotas e de duplo sentido dos meninos). Na época eu ocupava o cargo de Presidente do Aeroclube de Ourinhos, portanto estava bem mais conectado aos assuntos de aviação, portanto qualquer acidente aéreo, ou mesmo incidente, imediatamente chamava a minha atenção. Na verdade, chama até hoje, uma vez que é impossível desligar-se de paixões verdadeiras e a aviação é uma delas. Há quase 35 anos (18 de março de 1977) outro grande ídolo brasileiro, Carlos Pace, pereceu em acidente aéreo, ali pertinho, acompanhado de seu amigo e também piloto Marivaldo Fernandes.
De Pace voltarei a falar oportunamente. Muitas vezes. Mas agora quero deixar uma lembrança dos Mamonas, que tinham uma graça meio inocente frente a algumas coisas que ouço (inadvertidamente) hoje em dia:


quinta-feira, 1 de março de 2012

BRAÇUDOS

Só fotos. Precisa de palavras? Antes dos carros com efeito solo, das suspenões mágicas, dos freios super-eficientes, os pilotos realmente tinha que trabalhar muito. Principalmente nas curvas.

Um dos meus ídolos: Chris Amon e o Matra Simca.
Sempre no limite: um jovem Peterson no March 711- vice em 71.
Moco e Peterson no limite e além.
Peterson de novo, à frente de Emerson com o difícil e fracassado Lotus 76.



BARRICHELLÀAAA NOS EUA

O segredo de Polichinelo mais polichenado de todos os tempos veio à tona hoje, numa apresentação em São Paulo: Rubens Barrichello vai mesmo competir a temporada toda da Formula Indy (incluindo as provas nos circuitos ovais) pela KV Racing, ao lado do seu amigo Tony Kanaan. Boa sorte a ambos e sucesso!
O lay out é lindo e o número, 8, sugere sucesso!

LUCIO DALLA

Faleceu hoje em Montreaux na Suiça, o cantor italiano Lucio Dalla, aos 68 anos, vítima de infarto fulminante. Que descanse em paz!